Guia de Ruas da Maré 2014

30.04.2014

Acaba de ser lançado a nova versão do Guia de Ruas da Maré 2014. E para a nossa supresa, o projeto Maré de Ruas e Histórias aparece na capa dessa edição. 

Quando a primeira versão do Guia ficou pronta, em 2012, foi possível iniciar o desejo antigo de trabalhar a identidade local, com os moradores. Era a primeira vez que todas as ruas, becos e travessas do bairro Maré (definido legalmente como bairro em 1994) foram incluídas no mapa oficinal da cidade do Rio.

Então em 2012 iniciamos o projeto Maré de Ruas e Histórias e fizemos um piloto produzindo algumas placas de rua, uma delas a que está exposta no MAR (ver informação aqui no post 'Azulejaria no acervo do MAR').

A produção das placas torna-se um capítulo a parte, pois além de ser o elemento mobilizador trata-se de um projeto urbano. Nesse sentido buscamos um diálogo com a municipalidade para a continuação de sua produção.

Uma história de azulejos

28.04.2014

Aqui vai o link da matéria do site RIOetc. sobre o nosso trabalho, pelas palavras de Mariana Ramalho Zappa e o olhar de Tiago Petrik.

Uma história de azulejos 

23.04.14

Laura Taves conta a sua história através de azulejos. A sua história e a história de muita gente, aliás.

Para começar, as das mulheres que a arquiteta formou artesãs para que criassem painéis nas comunidades onde viviam. Ao todo, foram 8 comunidades a receber painéis construídos (e mantidos) por elas mesmas. Ao final desses processos, essas artesãs já tinham novas visões de mundo, e queriam mais, queriam continuar o processo de aprendizado. Por isso, em 2003 a Azulejaria nasceu, das mãos delicadas da Laura e de mais três mulheres, artesãs da zona portuária. Por onde tem passado, seu trabalho deixa um pedaço de história queimado em azulejo, levando cultura para quem tem o potencial mas não tem a ferramenta.

Um exemplo mais puro de um desses milagres aconteceu enquanto fotografávamos o mural que a artista criou em Campinho, numa estação da futura Transcarioca. Um homem que trabalha no local se aproximou e perguntou a Laura: “Essa obra é sua?”. Diante da afirmativa, em seguida passou alguns minutos comentando, emocionado, como o painel o enchia de alegria, como o fazia se sentir representado, pela referência ao Jongo da Serrinha. O painel, de 700 metros quadrados e 30 mil azulejos, nasceu de um pedido da prefeitura para que a Azulejaria criasse um mural relacionado aos temas “Copa” e “Olimpíadas”. “Mas em que esses temas iriam afetar a vida das pessoas? Qual é a relação com o local?”, foram as perguntas da Laura, que só aceitou criar o painel se a temática estivesse ligada à forte cultura do samba da região, que é repleta de escolas de samba. Todas representadas nas cores do painel, junto com a padronagem típica das paredes dos mais tradicionais botecos do subúrbio carioca.

“É tudo uma questão de respeito ao local”, conta Laura, que no início das obras recebia olhares desconfiados dos operários. A partir do momento em que eles viam o mural tomando forma, os azulejos dançando e toda a ligação com a música, eles se apropriaram também do projeto, como se eles se reconhecessem nos “pisos na parede”. O que remete à história de que o azulejo é construído coletivamente, é um conjunto de 1 + 1 +1 que só faz sentido quando está pronto.

E é justamente esse sentimento de coletividade que transporta a azulejaria para outras intervenções urbanas e sociais. A Redes de Desenvolvimento da Maré, um projeto contínuo da Azulejaria, e a Escola Agora, projeto realizado na escola Tasso da Silveira, onde ocorreu a chacina de Realengo, são alguns bons exemplos disso. Exemplos de como o respeito pela comunidade e pela raiz histórica e cultural, quando inseridos numa manifestação artística, podem transformar a vida de muita gente. Nas palavras da própria Laura, “o poder da arte é mobilizar o outro, e a partir do momento em que ela está na rua ou num espaço publico, ela não é minha, ela é do mundo”.

 

 

Eu jongo!

14.04.2014

Na semana passada tivemos uma ótima supresa ao visitar os painéis 'eu sambo eu jongo eu rio'. Encontramos o sr. Marcelo Cruz, que trabalha próximo ao local, e nos deixou o seu depoimento sobre a obra (vídeo).

Em 2012 inauguramos dois painéis na Transcarioca, no trecho da via localizada entre os bairros de Campinho, Cascadura, Madureira e Oswaldo Cruz, zona norte da cidade do Rio de Janeiro. O tema e o desenho dos painéis foram inspirados na tradição musical da região e nas cores das escolas de samba: branco e azul da Portela, branco e verde do Império Serrano, e também no Jongo, ritmo trazido do Congo-Angola pelos escravos e considerado um dos pais do samba.

O Jongo é patrimônio imaterial brasileiro, e muita gente ainda desconhece a sua história e sua importância na nossa cultura. 

Segunda a nossa querida Luiza Marmello, cantora do grupo Razões Africanas, e moradora da Serrinha de Madureira "o Jongo na verdade veio de Angola através dos negros da tribo bantu. Devido a sua estrutura musical responsorial (um canta e os outros respondem) deu origem ao samba de partido alto, que também é versado e respondido de improviso. O Jongo é metafórico."

Para conhecer melhor, visitem o site do Jongo da Serrinha

E para ouvir e dançar o Jongo, assistam ao show do grupo Razões Africanas, às quintas-feiras a partir das 20:00, no Trapiche Gamboa.

 

azulejos ilustrados

14.04.2014

A designer e artista Paula Delecave, nossa grande parceira, acaba de criar ilustrações para os nossos azulejos a partir de suas incríveis colagens. E nesse final de semana tivemos o prazer de apresentar os azulejos, novinhos em folha, na feira de arte impressa Pão de Forma, no Rio de Janeiro.

Os azulejos (foto) foram expostos no estande da
fada inflada 'selo independente de criação de livros para crianças dos 2 aos 102 anos', um trabalho lindo que une desenho e poesia do jeito que a gente gosta!

A feira foi um tremendo sucesso, com a presença de expositores de vários estados com projetos criativos de qualidade. Fiquem ligados na próxima edição.

E em breve teremos uma página no nosso site com novidades e outros bichos!

Ah, e para encomendar os azulejos entre em contato.

Azulejaria no acervo do MAR

25.09.2013

Foi bonita a festa.

Sexta-feira passada os tecedores da ong Redes da Maré se reuniram no Museu de Arte do Rio - o MAR, na Praça Mauá, centro da cidade do Rio de Janeiro. O diretor cultural do museu, Paulo Herkenhoff e a gerente de educação, Janaina Melo fizeram uma bela apresentação para a equipe. Inicia-se aí o convênio e o convívio da Maré com o MAR. 

A Azulejaria produziu e levou duas placas de rua da Maré, a convite do diretor, para que fizessem parte do acervo do museu. Houve uma pequena cerimônia demostrando como se trata a chegada de uma obra ao acervo. Parte da equipe do projeto estava presente, a Márcia Queiroz artesã e educadora das oficinas de azulejaria, a Ana Deveza, coordenadora de Arte e Educação, o Carlos, pai da nossa aluna Julia - parceiro que instalada as placas e os nossos painéis nas paredes da Maré, e outro Carlos, nosso aluno querido (na foto), que colocou uma das placas na vitrine dedicada à Maré na parte da mostra do Rio - ImagináRIO, no museu. 

É a primeira obra da Azulejaria com a Redes da Maré no acervo de um museu!

A partir de agora, para saber um pouco mais sobre a Redes e a Maré, visite também o MAR!